quarta-feira, 19 de setembro de 2007

A arte de "blogar"

Não era muito afeito a blogs. Nos meus primeiros contatos com aquela moda, que havia se tornado uma febre na internet, principalmente entre adolescentes, sempre os achava desinteressantes, fúteis. Apenas mais uma forma de exposição pessoal sem uma intenção mais elevada, mais consciente. Lá os jovens colocavam suas fotos do dia-a-dia e ficavam uns bisbilhotanto a vida dos outros, inserindo comentários com aquelas palavrinhas em siglas impronunciáveis, linguagem de msn....
O tempo passou. Eu cresci. Resolvi me tornar um jornalista. Nesse meio tempo, me foi sendo apresentado um novo tipo de blog. Pessoas interessantes, formadores de opinião, jornalistas! Muitos passaram a ser os que faziam desse novo espaço uma editoria independente, local de informações quentes, de pensamento livre, de opinião. À medida que a internet vai deixando de ser aquele território livre que um dia pensamos ter, que vai passando a estar ela também concentrada nas mãos dos grandes grupos de comunicação e tecnologia, os blogs surgem como uma válvula de escape, permitindo a troca de informação sem vínculo com grandes quantias de verbas publicitárias e interesses políticos. Leves, ágeis, alimentados de qualquer lugar. Visualizados de qualquer lugar...
nas eleições americanas eles foram a principal forma de alimentação da mídia (tradicional ou não) acerca das colossais convenções Democráticas e Republicanas. Na China eles foram censurados. Cuba ainda não os conhece. Mas por aqui, já existe até passe de blogeiro. Uma nota preta para hospedar um blog famoso. Pode-se cobrar para anunciar num blog também. Surge uma nova classe de profissional da informação. E nós, que nem profissionais somos ainda, começamos a meter o bedelho por aqui também. E antes que o mercado os ingula por completo e tenhamos que correr atrás de outros espaços de mídia, aproveitemos.
Bem vindo a nós!