terça-feira, 13 de outubro de 2009

Galho de árvore atinge carro e moto na Rio Branco


Por volta das 18:30h desta terça-feira, um galho de uma árvore do canteiro central da Avenida Rio Branco partiu-se e caiu sobre uma moto e um carro. O incidente ocorreu na pista sentido Bom Pastor, na altura da Rua José Cesário, no Alto dos Passos. Não chovia nem ventava no momento. O transito da Rio Branco ficou impedido e os motoristas desviaram, por conta própria, o trajeto pela Rua José Cesário, seguindo até a Rua Severiano Meireles e retornando para a Rio Branco pela Rua Barão de São Marcelino. A moto ficou totalmente encoberta pelos galhos, mas o condutor não se feriu e aguardava de pé, na calçada. O celta, aparentemente, não sofreu danos, mas ficou preso entre os galhos,que atravessaram a pista. Até as 19h, não havia chegado nenhuma autoridade de trânsito ou policial ao local, o que deve ter complicado a vida dos motoristas que seguiam para a Zona Sul ou transitavam pelo centro, já que era horário de pico e qualquer retenção no principal corredor viário da cidade alastra-se para outras vias.




A moto desapareceu sob os galhos.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A verdade sobre os outdoors


Sou amigo próximo de três funcionários de agências de publicidade diferentes de Juiz de Fora. E quis saber deles informações acerca do mercado local de outdoors, tema polêmico nestes tempos de retirada maciça de placas das principais avenidas da cidade. Para tais funcionários, a retirada deste tipo de publicidade já chega tarde. Mas meus pobres amigos não podem expressar esta opinião de forma aberta, já que seus patrões são contra a retirada das placas. E não poderia ser diferente, já que agências de publicidade têm como principal fonte de recursos o comissionamento sobre todo e qualquer tipo de verba aplicada por seus clientes em propaganda. Sendo assim, se uma empresa paga, em média, entre R$ 300,00 e R$ 700,00 por uma placa, por um período de duas semanas (este valor varia, levando em conta, normalmente a localização do suporte e a empresa que explora o local), cerca de 20% deste valor vai para a agência que atende tal empresa.

Segundo eles, ainda, outdoors são um tipo de mídia que já se mostra ultrapassado, sobretudo diante dos mais diversos recursos disponíveis com as novas mídias digitais. E, antenados que são, sabem que este tipo de propaganda polui visualmente as cidades e, por este motivo, tem sido combatidos pelos especialistas em planejamento e ambientalismo urbanos. Nossa maior e principal cidade, São Paulo, já conta com lei municipal que proíbe, em qualquer local da região metropolitana, tal tipo de mídia. A chamada Operação Cidade Limpa mudou a paisagem daquela cidade e repercutiu em todo o país. O Rio de Janeiro, embora não tenha proibido os outdoors, tem combatido os excessos, tendo retirado placas em locais com edifícios históricos e onde pudessem atrapalhar a vista das belezas naturais. Também, convenhamos, uma cidade MARAVILHOSA como aquela não pode ter a paisagem maculada por propaganda, muitas vezes de gosto estético duvidoso. E é por isso que também lá, há os que defendam o fim total dos outdoors. Petrópolis (RJ) também não permite outdoors na área urbana.

Em nossa cidade, existem, de acordo com as três agências das quais tive informação, aproximadamente, cinco empresas proprietárias de placas. E tais empresas apenas alugam os espaços. Para isso, trabalham com uma equipe bem reduzida, com dois ou três funcionários efetivos, que atuam nos escritórios. Os coladores dos cartazes, acredita-se serem freelancers, já que atuam apenas quinzenalmente ou caso alguma placa seja danificada. Têm nesta atividade o que se costuma chamar de bico. As artes, ou seja, o conteúdo das mensagens, são diagramadas pelas agências de publicidade ou até mesmo pelos departamentos de publicidade internos, no caso das empresas maiores. A impressão das folhas que são coladas fica a cargo de gráficas. As empresas de outdoors, ou seja, aquelas representadas pela Associação de Mídia Exterior de Juiz de Fora (Aemex-JF), as principais prejudicadas, volto a dizer, apenas alugam os espaços.

Portanto, falar em 500 empregos diretos e aproximadamente mil indiretos é exagero. Muito exagero! Essa conta só fecha se considerarmos TODOS os funcionários de todas as empresas envolvidas na cadeia. E nestas empresas, os funcionários que lidam diretamente com os outdoors, cuidam, também de muitas outras tarefas e, portanto, não serão dispensados. Estas empresas vão continuar funcionando, atendendo seus clientes com as outras mídias disponíveis e com as novas que se verão obrigados a fomentar. Os proprietários de agências de publicidade, ao invés de combaterem a retirada de uma mídia que não traz nenhum benefício para o ambiente urbano, pelo contrário, o polui, deveriam pensar em novas formas de fazer propaganda, investindo em outros espaços e, com isso, continuariam a receberem seu comissionamento. Afinal, espera-se dos profissionais do mercado publicitário um mínimo de criatividade.

Que a cidade está mais “limpa” sem os outdoors é fato visível, literalmente. Assim como temos surfado na maré dos pensamentos mais contemporâneos, aprovando leis que obrigam a divulgação na internet das ações e gastos do executivo e legislativo, que exigem dos estabelecimentos comerciais o fim do uso de sacolas plásticas não biodegradáveis, que restringem o fumo em locais públicos, é bem vinda a iniciativa de restringir, ou até mesmo, proibir, a fixação de outdoors na área urbana de nossa cidade. Juiz de Fora demonstraria com isso uma sintonia com novas e boas idéias.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Lei Antifumo de Juiz de Fora já está valendo*

E lá se vão 60 dias de publicação da Lei 11.813 que proíbe o fumo em locais públicos fechados na cidade de Juiz de Fora. Como determina o texto da lei, após este período passam a valer as novas proibições. Na verdade, 60 dias corridos foram completados ontem, domingo. Você observou se os frequentadores de bares, restaurantes e boates, por exemplo, foram advertidos? Pois então agora cabe a cada um de nós a colaboração para a lei "pegar".

Em Juiz de Fora, a fiscalização fica por conta da Vigilância Sanitária, auxiliada pela Secretaria de Políticas Urbanas.

Denuncie!!

Vigilãncia Sanitária:
(32) 3690-8207
 (32) 3690-7472

Secretaria de Políticas Urbanas - SPU, Departamento de Fiscalização:

(32) 3690-7507

* respondendo ao post do Fernando

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Lei Antifumo em Juiz de Fora



No dia 29 de julho deste ano, o prefeito de Juiz de Fora, Custódio Matos (PSDB), sancionou a Lei 11.813, de autoria do vereador José Laerte (PSDB), que proíbe o fumo em locais públicos fechados da cidade. A lei entra en vigor 60 dias após sua publicação.

Já no dia 11 de agosto, a Assembléia Legislativa de Minas Gerais aprovou em primeira discussão o projeto de lei 3.035, dos deputados Alencar da Silveira Jr (PDT) e Gilberto Abramo (PMDB), que proíbe o fumo em espaços particulares de uso coletivo em todo estado. Desde então instalou-se na mídia a suposição de provável disputa judicial entre a Câmara e a Assembléia para definir qual das duas leis valerá em Juiz de Fora, já que há diferenças substanciais entre os dois textos.


A lei municipal é considerada mais restritiva, aproximando-se muito daquela aprovada no estado de São Paulo, pois proíbe a instalação de fumódromos, permitindo o fumo apenas em locais totalmente abertos.


Pouco importa se as diferenças de restrições entre as leis municipal e estadual vai gerar disputa judicial, já que, em ambas, temos garantida a proibição de fumar em locais fechados.

O que surpreende é que há uma lei federal, em vigor desde 1996, que já proíbe o fumo em locais coletivos fechados. A Lei Federal no 9.294, de 1996, que dispõe sobre as restrições ao uso e à propaganda de produtos fumígenos, bebidas alcoólicas, medicamentos, terapias e defensivos agrícolas, estabelece, em seu art. 2º, que é proibido o uso de cigarros, cigarrilhas, charutos, cachimbos ou qualquer outro produto fumígeno, derivado ou não do tabaco, em recinto coletivo, privado ou público, salvo em área destinada exclusivamente a esse fim, devidamente isolada e com arejamento conveniente. Incluem-se nas disposições desse artigo as repartições públicas, os hospitais e postos de saúde, as salas de aula, as bibliotecas, os recintos de trabalho coletivo e as salas de teatro e cinema, sendo vedado o uso dos produtos em questão nas aeronaves e nos veículos de transporte coletivo. A referida lei foi regulamentada pelo Decretono 2.018, de 1996, que, em seu art. 2º, I, considera recinto coletivo todo local fechado destinado a permanente utilização simultânea por várias pessoas, tais como casas de espetáculos, bares, restaurantes e estabelecimentos similares. São excluídos do conceito os locais abertos ou ao ar livre, ainda que cercados ou, de qualquer forma, delimitados em seu contorno.


Ou seja, nós literalmente engolimos fumaça nas boates, indevidamente, desde 1996!!

Este é o nosso Brasil, o país das leis que não pegam!


A lei de Juiz de Fora se aproxima mais do que recomendam os estudiosos no assunto e é bem parecida com a implantada no estado de São Paulo. Afinal, fumódromos, se implantados no interior dos estabelecimentos, como orienta as leis federal e estadual, para proteger a saúde dos não fumantes, precisariam de portas de acesso que, quando abertas, deixarão escapar a fumaça, a não ser que sejam construídos como verdadeiras salas herméticas, com uma antecâmara, similares às de laboratórios ou às utilizadas na fase de pintura da indústria automobilística, por exemplo. Sem falar que tais espaços precisarão de manutenção e limpeza. Como fica a saúde dos funcionários que irão executá-las? Como, provavelmente, os estabelecimentos não vão arcar com esse ônus (construção de fumódromos e risco de insalubridade para os funcionários), prevalecendo qualquer uma das duas leis (ou qualquer uma das três!), na prática, o efeito final será o mesmo: o fim da fumaça em restaurantes, bares, casas noturnas e afins.


Quer fumar? Vá lá fora!

domingo, 28 de junho de 2009

Adeus ao Rei


A morte de Michael Jackson trouxe aquela sensação familiar aos momentos de perda de grandes figuras públicas. Um sentimento de lamento, algo que nem sabíamos nos afetar tanto. Quando morre alguém assim, famoso, que faz parte da história de nosso consciente coletivo, lembro-me sempre de uma frase estampada numa das inúmeras faixas estendidas pelas ruas de São Paulo durante o cortejo fúnebre de Ayrton Senna: "Nem nós sabíamos que te amávamos tanto"...

Eu nem sabia que gostava tanto de Michael Jackson. E, desde quinta, ainda não tinha conseguido definir esse luto, até ler O Globo deste domingo. No Segundo Caderno, na coluna de Joaquim Ferreira dos Santos, a cobertura da homenagem prestada pelos organizadores do evento CEP 20.000, no Rio, trazia o depoimento de Chacal:

"Cara, não dá pra acreditar, é como se o Pernalonga tivesse morrido. Ele era um desenho animado, deve ter um mágico fazendo o velório".


Acho que era isso. Nas nossas mentes Michael era algo imortal, algo imaterial, que existiria para sempre, apesar de tudo.



Ainda no Globo, na página móvel Logo, que neste domingo, estava na página 38, a pergunta: Quem era M.J.?

Para mim, a melhor definição ficou por conta de Flávio Moura, curador da Flip:


"Que nem Deus: nem branco, nem preto, nem velho, nem jovem, nem homem, nem mulher..."


R.I.P. Michael....

sexta-feira, 1 de maio de 2009

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Pobres de nós

O poder público - melhor dizendo, os políticos - têm o péssimo hábito de atribuir à imprensa a "culpa" pela desmoralização do governo, como se o errado não fosse agir de forma a despertar incomodo em qualquer cidadão minimamente conhecedor de princípios éticos, mas sim divulgar essas ações.

Se jornalistas noticiam assuntos que fazem a população se revoltar contra a classe eleita de servidores públicos, é porque assuntos tiveram para divulgar.

Recentemente, com sucessivos escândalos envolvendo as casas legislativas federais, sobretudo o senado, alguns políticos voltaram ao velho costume de culpar a imprensa de fazer sensacionalismo, como se a contínua exposição de problemas referentes à conduta adotada na gestão do parlamento fosse perseguição.

Acerca disso, Eugênio Bucci, jornalista, autor de diversos livros que fazem parte da bibliografia de muitos cursos de Comunicação Social país afora, escreveu artigo para o site do Observatório da Imprensa que chamaria de definitivo. Ele trata com tamanha propriedade sobre o assunto, que só mesmo indo lá e conferindo pra saber.

Acesse: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=533JDB001

Abraços!!

sábado, 11 de abril de 2009

feriadão

Faixa de pedestres no cruzamento da Rua Halfeld com Av Rio Branco.

Av Rio Branco sentido Manoel Honorio, às 9:30h de sábado.

Os juiz-foranos, como de costume, voaram em disparada rumo a outros ares nesta semana santa. Para os pobres coitados que não enforcaram o sábado, como eu, restou a cidade tranquila e sem trânsito, como mostram as fotos tiradas agora, por volta de 9:30 da manhã. O céu está parcialmente nublado e a temperatura, no momento, é de 25 graus. Bom dia!

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Bom dia Juiz de Fora! 24 graus.

Trabalhador brasileiro...

bom momento

Juiz de Fora tem vivido um ótimo momento no que diz respeito a shows de artistas nacionais. Ao longo do ano passado e já nos primeiros meses de 2009, os apreciadores da boa música não têm do que reclamar. E o repertório tem sido eclético. Fábio Júnior, Ana Carolina, Elba Ramalho, Flávio Venturine e Guilherme Arantes, Nando Reis, Capital Inicial, Biquíni Cavadão e Vanessa Damatta foram algumas das atrações que pude conferir em 2008. Este ano já foram Zeca Baleiro, Roberta Sá e, a agora nacional, Myllena. Para maio o ingresso pro Seu Jorge já está garantido! Que a safra continue abundante!

segunda-feira, 6 de abril de 2009

um bairro posto a baixo

A linda casinha azul celeste resiste à triste tendência que assola o Alto dos Passos. Belíssimos casarões antigos - muitos, mal conservados, admito - estão sendo demolidos para dar lugar a edifícios sem nenhum charme e até para tornarem-se estacionamento. Após a alteração do gabarito permitido para edificações na região, na última gestão de Tarcísio Delgado, houve um certo boom imobiliário que não se interessou em preservar a identidade do bairro, tampouco as tendências mais modernas de ocupação do solo e qualidade de vida . Rua Padre João Emílio, Dom Viçoso, Machado Sobrinho. Todas já assistiram incólumes a demolições de imóveis residenciais que contavam a história da própria cidade. Uma das ruas mais afetadas foi a Barão de Aquino. Nela, pelo menos cinco grandes casarões vieram ao chão. E o pior é que com o esfriamento do mercado imobiliário depois da crise financeira mundial, os projetos das construtoras não foram adiante e a rua virou uma sequência de terrenos cercados por tapumes. As mais recentes "vítimas" estão sendo duas belas senhoras da Moraes e Castro, próximo à esquina com a Barão de São Marcelino. Robson Alves, morador do bairro, disse ter ouvido do empresário que as adquiriu que, além delas, comprou também o sobrado onde hoje funciona o restaurante La Caprese. Ele quer ainda comprar a nossa brava heroína da foto, mas parece que o proprietário está sendo mais resistente. O projeto é colocá-las todas a baixo para que dêem lugar a um conjunto de lojas! Será que o, antes, charmoso bairro da zona sul, precisa e suporta mais estabelecimentos comerciais, que demandarão mais trânsito, mais coleta de lixo, mais fluxo de pessoas? Sem contar a poluição sonora que já perturba os moradores. Não sou contra o desenvolvimento, a construção de edifícios, o advento do comércio, que emprega, que, dependendo do ramo, valoriza a região onde se instala. Mas temos que aprender com o erro de outras cidades. Regiões já ocupadas, com um certo valor estético e arquitetura histórica, que caracterizam Juiz de Fora como uma cidade imperial e, posteriormente, industrial, precisam ser conservadas. As casas que estão sendo varridas da paisagem são das décadas de 20, 30, 40 do século passado, além de outras mais modernas, mas não menos importantes do ponto de vista arquitetônico e paisagístico.

Que se ocupem terrenos vazios existentes em outras regiões da cidade, nas quais o fluxo de pessoas ainda não está comprometido, o trânsito está menos saturado, nas quais ainda seja possível implantar linhas de ônibus, o que não é possível no bairro em questão. O Alto dos Passos é um bairro pequeno, cujo acesso se dá por ruas estreitas. É um bairro predominantemente residencial. Toda a nova demanda de transporte gerada é suprida com o uso do automóvel.

Se a manutenção de casarões já não é compatível com o ritmo de vida das famílias nos dias de hoje, que prezemos pela sua utilização por negócios que aproveitem o pé direito alto, os janelões amplos, os quintais de chácara... Ah se nossos filhos pudessem conhecer todo esse charme! Pelo visto, restará a eles caixotes com fachada de mármore branco e cinza, casas de pombos, de paredes finas por onde se ouve até a respiração do vizinho de cima.

domingo, 5 de abril de 2009

Garden Hall é o cac...!!!

Deu no César Romero de hoje (Tribuna de Minas, 05/04/2009), referindo-se à Associação Atlética Banco do Brasil - AABB: ..." após a reforma, o salão de festas do clube ganhou o nome de Garden Hall."
Como diria o coleguinha Ancelmo Góis, colunista diário de O Globo, Garden Hall é o cac...!!!!
Não é de hoje que estrangeirismos gratuitos me incomodam, prova disso é o texto que publico hoje, escrito originalmente em 2005, com pequenas adaptações.

No ano 2000, esteve em discussão no Congresso Nacional, um projeto de lei que proibia o uso de palavras de língua estrangeira em determinados segmentos, como em propagandas e veículos oficiais de circulação de informação. De autoria do então deputado Aldo Rebelo (PC do B – SP), sob o número 1676/99, fruto de um pensamento conservador e equivocado, o projeto, já na época, teve o repúdio da opinião pública, mas seguiu os trâmites para votação. Em 13/12/2007, um substitutivo ao projeto foi aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) por unanimidade. Espera-se, agora, que seja reprovado se for à votação no plenário da Câmara. Caso contrário, o que faríamos com os nossos abajures, boxes, jeans e hambúrgeres? Teríamos que convencer toda a população que Sida se transmite da mesma forma que a Aids e passar a usar correio virtual ou correio eletrônico ao invés de e-mail? Será que o projeto determinava a retirada em massa de termos já incorporados à nossa língua ou apenas engessava-a, tentando frear sua evolução?Tais questões foram levantadas por lingüísticos, jornalistas, professores e gente do povo, demonstrando que, além de ser extremamente receptiva ao “de fora”, a população brasileira – ou ao menos sua parte pensante – não teme o desuso maciço do português dentro de nossas fronteiras geográficas.


Desde o surgimento das primeiras formas de linguagem, o homem aprendeu a incorporar novos termos, oriundos de outras regiões, que surgiam para nomear novas descobertas ou invenções. Inventamos palavras de acordo com as necessidades que vão aparecendo. Observamos, inclusive, a utilização de algumas delas com maior frequência em certas épocas porque a língua é organismo vivo, que precisa ser alimentado e tende a crescer na mesma proporção do conhecimento humano.Devemos aceitar com naturalidade uma maior influência de culturas mais desenvolvidas econômica ou culturalmente. Como um dia foi com o grego, com o latim, com o francês – hoje ocorre com o inglês. E preparemo-nos para começar a nos preocupar com o mandarim falado pelos 1,5 bilhão de chineses, assim que o país deles passar a exportar, além de seu poderio econômico, também, sua influência ideológica.


É mais que esperado que invenções oriundas de outros povos cheguem até nós com o nome original e, aqui, com adaptações, passem a fazer parte da nossa cultura, permitindo que deletemos um texto ou passemos a nos sentir estressados. Também traduzimos muitos termos, principalmente quando se torna difícil sua pronúncia na língua estrangeira original, como ocorre com download, muito mas utilizado como baixar mesmo. E não é raro que pronunciemos estrangeirismos com os sons do português, fazendo surgir novas palavras com o passar dos anos. Foi assim que for all virou forró.


Tentativas de nacionalizar, numa reforma ortográfica, palavras oriundas de outros povos podem ser sucesso em países pequenos, altamente desenvolvidos economicamente, cujo povo é extremamente culto e nacionalista, como foi na França. Lá, porém, a extensão territorial menor que nossas Minas Gerais e um sistema de educação com pilares herdados da Revolução Francesa (há alguns séculos, pelo menos) ajudou, também, a consolidar uma certa xenofobia, que, no mínimo, causa situações de constrangimento, quando nos deparamos, por exemplo, com os nomes dos sanduíches de uma grande rede norte-americana de refeições rápidas (para não usarmos fast food), que senão adaptados, são pronunciados com os fonemas franceses. Sem falarmos do palavrão utilizado por eles para designar o nosso já velho amigo computador.


É óbvio que devemos defender nossa identidade. E um dos mais fortes elementos de um povo é sua língua. Mas não se pode fazer isso através de decreto. Deve partir do bom senso a decisão de não se utilizar on sale no lugar de liquidação, ou off ao invés de desconto. Negar a própria língua em mensagens promocionais ou em estampas de camisetas, nas quais o português teria maior impacto e abrangência, deve ser evitado por quem deseja ser reconhecido como brasileiro e cidadão. Nosso sistema de mídia, um dos pilares das sociedades modernas e fator determinante no que se refere à mobilização nacional, já defende hoje a idéia de que é extremamente deselegante utilizar-se de estrangeirismos gratuitos, quando da existência de um equivalente em português. Em alguns casos, poderíamos chamar de cafona, brega mesmo, aquele que pensa que ainda consegue projeção pessoal “vomitando” palavras que muitos à sua volta não entendem. Somemos a isso o recente repúdio em escala mundial à política externa norte-americana (que, admitamos, aos poucos vem sendo desfeito por Barack Obama) contribuindo bastante para o nacionalismo na hora de evitar-se o uso de palavras em inglês e, até mesmo, de outros símbolos da cultura dos Estados Unidos, como fazíamos ao estampar nas roupas e acessórios a bandeira de listras brancas e vermelhas, com um retângulo azul cravejado de estrelas.


Em tempos de balança comercial, globalização e guerra fiscal, com o Brasil na moda no ambiente internacional, vai se destacar aquela empresa ou pessoa que reforçar sua origem tupiniquim.


Para saber - e rir - um pouco mais, acesse http://veja.abril.com.br/300800/p_086.html

Entrelinhas*

O céu estava especialmente azul naquela tarde. O calor de março irradiava-se do asfalto e das calçadas, como um sopro, um bafo quente, que subia entre os prédios altos de Copacabana. Verdadeira barreira de concreto que impede a brisa suave do oceano de refrescar a boemia carioca.
Era domingo. Num apartamento de três quartos na Siqueira Campos o zunido do aparelho de ar condicionado tomava o ambiente, ocupando a solidão. Marina não quis ir à praia com sua família. Pai, mãe, irmão mais novo... preferiu o conforto do seu quarto refrigerado, a música, a persiana branca – que isolava de seus olhos a confusão visual de construções disputando cada centímetro de orla. Especulação imobiliária.
Se fosse para ir à Barra, de carro, talvez tivesse se arriscado. Mas não quis disputar um pedacinho de areia com uma multidão compacta e barulhenta. Eram barracas de sol, cadeiras, bolas, redes de vôlei, frescoboll, ambulantes e crianças gritando. Vindos de todos os cantos da Zona Norte, escoando pelo metrô, e descendo do Pavão Pavãozinho, do Cantagalo, da Babilônia, fazendo da areia, o local mais democrático da cidade.
Marina preferiu ficar na internet.




A pele morena, os olhos castanhos, os cabelos encaracolados, indo abaixo dos ombros. O corpo firme, no auge dos seus dezenove anos, deixando as curvas definidas à mostra pelo short de brim branco e pela regata lilás. Na intimidade do seu território, estava sem sutiã. Nos pés, um par de havaianas rosa choque. Um dos braços tomado por argolas de borracha coloridas e o outro repleto de pulseiras de metal prateado. Um colar de sementes de açaí pendia até abaixo dos seios. Trident de menta sendo dilacerado em mordidas frenéticas.
As mãos ágeis tocavam compulsivamente o teclado. Na tela, piscando incessantemente, janelas de um programa de mensagens instantâneas pareciam testar a capacidade de resposta da jovem. Ao mesmo tempo, conversava com sete, oito pessoas.
No alto do décimo nono andar, ela não ouvia o trânsito, nem o comércio capitalista aberto no sétimo dia.
Suas expressões iam se alterando conforme seus olhos devoravam as letras embaralhadas do dialeto próprio da rede. Franzia a testa, balançava a cabeça, abria largos sorrisos. Gargalhadas não eram raras. Parecia mesmo uma conversação face-a-face.
Foi durante a digitação de mais uma resposta que a borda da janela do programa ficou vermelha. Ela parou e ao clicar nas outras janelas, estas iam ficando rubras também. Começou a pipocar a mensagem “você não pode responder por estar off line”.
- Ai, que saco! Caiu de novo!
Era a terceira vez só naquele dia. A morena fechou as janelas dos programas abertos e mandou a máquina conectar novamente. Das caixinhas de som, não saia o barulhinho de discagem. Na tela, nova mensagem: “linha indisponível”.
Com todo o exagero que a idade permite, Marina tentou milhões de vezes. Nada acontecia. Pegou todos os aparelhos de telefone da casa e todos estavam mudos. Ficou irritada, amargurada, derrotada. Sozinha naquele apartamento quente, só lhe restou a companhia da pipoca de microondas e da barra de chocolate. Não tinha nada que prestasse na TV, não queria mais ouvir aqueles cds. O telefone estava mudo e seu pai não estava em casa para resolver. Ela tinha certeza que com um telefonema esculachando a atendente da compania telefônica, ele restabeleceria a diversão do fim de semana. Como o sol ainda estava a pino, ainda iriam demorar a voltar. Resolveu ler.
Vez ou outra, o silêncio era rompido pelo barulho do elevador no corredor do prédio. No sofá da sala sem refrigeração, ela podia sentir a vibração distante da pulsação do bairro. De vez em quando, uma buzina mais potente entrava pela janela aberta, trazida pelo vento.
Seu celular foi levado pela mãe depois de muita discussão. Assim, ela estava isolada, sentia-se ilhada, abandonada.
As linhas da Nova já envolviam-na num depoimento picante, relato de uma experiência sexual, quando um som distante de telefone tocando começou a incomodá-la. No começo, tocava quatro ou cinco vezes. Mas por fim, parecia que a pessoa do outro lado da linha precisava muito ser atendida. A campainha soava incessantemente, provavelmente até a ligação cair. Por fim, aquele som parecia uma trilha sonora, acompanhando o desenrolar da história nas páginas de papel sulfite. Marina já não conseguia se concentrar. O som invadia sua mente. O volume, destacado pelo silêncio do fim de tarde, parecia cada vez mais alto.
- Será que não perceberam que não há ninguém em casa? Será que não chegava ninguém em casa? Meu Deus! De onde vem esse telefone?
Ela precisava descobrir. A paciência já esgotada, o humor destruído pela falha do seu telefone e alguém que não aproveitava aquela dádiva de uma linha funcionando.
Abriu a porta do apartamento. O som aumentou. O corredor estava tomado por aquele barulho. Todas as demais portas fechadas. Sabia que, dos quatro apartamentos daquele andar, apenas dois eram ocupados, o seu e o da Dona Laura. De onde vinha aquele som? A insistência da chamada ajudava-lhe a continuar procurando. Foi encostando o ouvido de porta em porta e, ao colar a cabeça na lâmina de madeira do número 1903, sentiu um arrepio. Dona Laura havia viajado novamente para a Europa. Tinha mandado desligar o telefone. Havia semanas que o silêncio dominava o apartamento da vizinha, só interrompido pelas visitas da empregada, que vinha molhar as plantas na sexta. O telefone parou de tocar. Ela estava intrigada. Teriam religado o telefone? Será que a simpática viúva de militar estaria retornando e ligou para a empresa de telefone? Mas ela só retornaria na primavera de Portugal, em meados de maio. Quem estaria ali dentro? Mil pensamentos começaram a percorrer sua mente. Enquanto ela estava trancada no quarto, com a música alta, alguém poderia ter entrado no apartamento da vizinha. Mas um ladrão não ligaria o telefone. Teria algum sobrinho da vizinha, contrariando suas ordens, vindo dormir no apartamento?
E seu pai não chegava...
Com a cabeça navegando em conjecturas, seu coração disparou quando o telefone começou a tocar novamente. Num reflexo, se afastou da porta, dando dois passos para trás. As batidas cardíacas eram tão fortes que Marina chegava a engasgar, suas mãos tremiam, um calafrio lhe subia pelas costas, num arrepio, fazendo o suor esfriar. Sua camiseta agora parecia molhada. Cautelosamente, andou novamente até a porta ébano envernizada. Podia ver seu reflexo invertido na maçaneta convexa. Num misto de medo e aventura, encostou o ouvido direito na almofada maciça que se projetava bem no centro do objeto de carpintaria, abaixo do olho mágico. O telefone continuava insistente. Levou a mão direita ma maçaneta, sentindo o metal frio. Do elevador, o barulho de roldanas fazia vibrar todas as paredes do corredor. Ela girou levemente a esfera prateada, fazendo suas pulseiras rolarem sobre si, provocando um tilintar. Forçou a porta pra dentro e... trancada. Respirou aliviada. Apertou a tecla da campainha, mas nenhuma melodia soou. Dona Laura provavelmente mandou desligar a eletricidade também. Mais um indício de que não teria ninguém ali. Voltou pra dentro de seu apartamento e tirou o telefone do gancho. Ainda estava mudo. Foi até a janela da sala e olhou para a Siqueira Campos. A rua é perpendicular à orla, seguindo para o interior do bairro. Lá embaixo, à direita, as luzes da estação do metrô começavam a se ascender, assim como os postes da calçada. Já escurecia. Da janela da vizinha, mesmo fechada, podia ouvir o telefone ainda tocando. Buscava com os olhos algum sinal de seus pais no meio daquela gente toda que seguia para a estação, vindo da praia à esquerda. As duas calçadas estavam tomadas de pedestres ainda em trajes de banho, alguns carregando cadeiras de praia e guarda-sóis, todos seguindo na mesma direção. Seguindo com o olhar pela esquerda, em direção à praia, a Praça Serzedeio Correia ficava na continuação da rua, depois de cruzar a Nossa Senhora de Copacabana, não deixando, de sua janela, enxergar a praia. Marina começava a ficar aflita. Tentou avistar a portaria de seu prédio, mas os aparelhos de ar condicionado e a marquise não deixavam. Só conseguia ver a partir da faixa de asfalto. Ocupada em preocupações, se esqueceu de ligar as luzes do apartamento, onde as sombras já se tornavam mais densas.
Já incorporadas aos sons da cidade, sirenes cruzavam o bairro. Mas dessa vez, Marina se assustou. Seu coração acelerou. Ela buscou com os olhos a origem daqueles zunidos, que abafaram momentaneamente a monotonia do telefone insistente. Avistou três carros da polícia entrando pela contramão na sua rua, zigue-zagueando entre os automóveis, causando pânico em quem passava. Correria, gritos, confusão. Provavelmente ninguém sabia o que estava acontecendo, mas todos queriam se proteger. As viaturas paravam ruidosamente, diante de um edifício, cantando pneus e bloqueando a rua, dividindo-a ao meio. De um lado, os pedestres corriam em direção ao metrô para descer nos túneis e se proteger, as portas da estação parecia se espremer com medo da multidão que avançava enlouquecida. De outro corriam em direção à Nossa Senhora de Copacabana. Marina se deu conta que o edifício diante do qual a polícia parou era o seu. Verdadeiro pânico percorreu todo o seu corpo. Sozinha, ali no alto, isolada. Correu em direção ao interruptor, queria acender todas as luzes do apartamento. Foi quando se deu conta que a energia estava cortada. Correu por todos os cômodos, e nenhuma luz se acendia. Um nó na garganta a impediu de gritar. Agora como queria ter ido à confusão de Copacabana. Como gostaria de estar sendo pisoteada e ter a canga invadida pela areia que os pés dos outros levantariam. Como queria estar junto de sua família. Começou a pensar numa saída. O que poderia fazer? Seria um assalto? Teriam invadido seu prédio? Não tinha ouvido falar em roubo a condomínios no seu bairro. As quadrilhas preferiam atacar em Ipanema ou Leblon. Na porta da sala, tentava enxergar alguma coisa lá fora, no corredor. O telefone ainda tocava no apartamento ao lado. Tudo era escuridão naquele momento. Não ouvia mais o elevador. Não ouvia mais nada além daquela campainha intermitente. Abriu lentamente sua porta, as luzes de emergência da escada estavam acesas, então deduziu que a energia estava cortada no prédio todo. Voltou e trancou a porta. Foi até a cozinha e pegou o interfone, chamou, chamou e nada. Ninguém na portaria. Agora tinha certeza, era um assalto. Em qual andar estariam os bandidos? Quanto tempo demorariam pra chegar até ali? Teriam rendido alguém que ela conhecia? E o Seu Severino, o porteiro? Estaria ferido? Pegou novamente o telefone, nada ainda. Pensou em subir para algum andar mais acima, procurar algum lugar pra se esconder. Mas naquela escuridão... ainda por cima, não sabia se os bandidos já não teriam subido pelo elevador antes da luz ser cortada.
Entre choro e orações, Marina pegou uma lanterna, o telefone sem fio desligado e se enfiou na despensa do quartinho de empregada e fechou a porta por dentro. Que pesadelo! O que iria acontecer com ela? Agora separado por várias paredes, o som do telefone ressurgia de vez em quando, distante e abafado.
Ela começou a ouvir vozes. A porta da cozinha, ali, ao lado da despensa, dava pro corredor do prédio. Passos apressados, portas se abrindo. Eram eles, os assaltantes! – Pensou ela. Alguém forçava a porta da sala. Alguém abriu a porta da sala! A correntinha atravessada até o alisar da porta impedia que a abrisse de imediato. Alguém sacudia a porta, alguém gritava palavras incompreensíveis, alguém gritava seu nome! Seu nome! Assaltantes não saberiam seu nome! Era seu pai! A voz de seu pai invadia o apartamento!
- Marina! Marina!
Ela se levantou do cantinho no qual tinha se esgueirado, abriu a despensa e saiu pela cozinha, alcançando o corredor. Ainda no escuro, ouvindo a voz de seu pai, reconheceu num vulto o seu herói, o seu salvador. Abraçou-o calorosamente, aos prantos. Murilo estava suado, quente, sem fôlego. Dentre os mil pensamentos que passaram pela sua mente, Marina deduziu que seu pai subiu os dezenove andares pela escada.
- Por quê você não atendeu ao telefone? Sua mãe acabou com a bateria do celular tentando falar com você.
Marina não sabia o que falar. O choro embaçava sua visão já precária pelo breu. A respiração ofegante não permitia a articulação de palavras. Entre soluços e fungadas, explicou que o telefone estava mudo, que ouviu barulho no apartamento do lado, que a luz apagou, que a polícia chegou, que seu Severino não atendia, que se escondeu, que entrou em pânico.
Junto com a energia, chegaram sua mãe e seu irmão pelo elevador. Vieram também os policiais, jornalistas, os vizinhos e gente que ela não sabia quem era. Lá embaixo, a rua agora tomada, a multidão curiosa se aglomerava diante do prédio. Mais viaturas, carros da imprensa, até um caminhão dos bombeiros.
O prédio se estendia até a rua de trás, onde haviam estabelecimentos comerciais. Num deles, uma loteria, o alvo dos assaltantes. Tentando desarmar o alarme, os bandidos mexeram nas linhas telefônicas para cortar o contato com a central da empresa de segurança. Confundiram-se e ligaram várias linhas de modo errado. Numa última tentativa, desligaram a energia do prédio.
Na volta da praia, a família de Marina parou para lanchar num fast food, tentaram ligar para ela para convidá-la a descer também. Como ela não atendia, começaram a ficar preocupados. A notícia do assalto se espalhou e chegou na lanchonete onde estavam. Preocupados com a filha, tentavam insistentemente ligar para casa. Chegando no edifício, não puderam subir. Pronto, o pânico estava formado.
Fotografias, declarações, muitas vozes ao mesmo tempo. O prédio estava em polvorosa. Seu Severino foi liberto do almoxarifado na garagem, seu cativeiro. Os bandidos foram pegos no final da Princesa Isabel, numa blitz na entrada do túnel. A energia restabelecida. Somente o telefone continuava mudo.
Com as baterias dos celulares devidamente carregados, o irmãozinho de Marina teve a idéia de ligar pro número de casa. Qual não foi a surpresa da família e a revolta de Marina ao ouvirem um telefone tocar no apartamento vizinho. A atendente da companhia telefônica pediu um prazo de 48 horas para regularizar a situação. Não teve jeito, Marina teve que ir dormir sem poder atualizar seu orkut com os mais recentes acontecimentos. Seu blog ficou sem a foto que o repórter copiou em seu computador. Ninguém saberia a aventura que ela viveu durante algumas horas confinada em seu apartamento.
Com a repercussão da tentativa de assalto na mídia, imagens do prédio foram divulgadas na televisão. Muitos conhecidos e familiares tentaram telefonar para saber notícias. Durante a noite, ouvia-se um telefone, insistentemente, tocando no apartamento ao lado.

*escrito em novembro de 2005.

quarta-feira, 25 de março de 2009

No que te fazem acreditar?









Você já tirou um dia da sua vida para ver a propaganda com outros olhos? Anúncios na TV, outdoors, vitrines, propagandas nas revistas, nos jornais.... Você já teve um olhar crítico para estas mídias?


Calma! Não é papo de socialista, nem um texto anti-capitalista contra os pobres publicitários, meus quase colegas de formação. Mas pode-se dizer que, hoje em dia, está na moda ter uma postura mais consciente com relação ao consumo. Nem que seja para ajudar na luta à favor da proteção do meio ambiente, que, necessariamente, passa por atitudes menos consumistas.


Pois bem, nosso sistema sócio-econômico depende do consumo, isso nós já pudemos perceber. As empresas precisam "vender" seus produtos e serviços para manterem-se lucrativas, para empregarem, para pagarem impostos. E nós, proletariados que somos na maioria, precisamos destas empresas para as quais vendemos nossa mão de obra. Assim, podemos consumir e manter o sistema funcionando. Até aqui Marx purinho, muita aulinha de História e Sociologia, Economia e Política (e tantas outras áreas do saber dedicadas ao tema).


Podemos acrescentar, também, que o capitalismo financiou nosso progresso tecnológico, permitiu que estendêssemos nossa expectativa de vida, com mais qualidade e saúde. Trouxe-nos a luz do saber, popularizou as artes e, mesmo que tornando-a uma mercadoria, difundiu em larga escala as formas de cultura.


Mas o que me levou a iniciar este texto foram alguns certos exageros em tornar necessidade elementos que passariam despercebidos no curso da história. Na ânsia por vender, por lucrar, as empresas atrelam aos seus produtos valores ideológicos que tornam-nos, aparentemente, indispensáveis. Vamos a alguns exemplos?


A escova de dentes com limpador de língua e bochechas! Você sabia que 80% das bactérias da boca não estão nos dentes?! Ora, isso me parece óbvio, considerando-se que os dentes ocupam a menor superfície da boca, se comparados com a língua e as bochechas. Abrindo bem a minha boca diante do espelho, vejo uma imensidão roseada circundada por uma fina fileira de dentes. Logo, seria de se esperar que as nossas amigas bactérias sejam mais encontradas em outras partes que não os dentes. Eu uso uma escova simples, de cerdas regulares, todas do mesmo tamanho. Com a própria escova, limpo dentes, língua e bochechas. Então não venham me falar que preciso de uma escova que custa mais de R$ 8,00 para fazer isso!!



Outro ótimo exemplo de faz de conta publicitário são os anúncios de carros divulgados na televisão. Repare só, em todas as marcas e modelos, todos os protagonistas, os reizinhos sobre quatro rodas, circulam livremente por ruas, avenidas e estradas vazias e bem pavimentadas. As cidades dos comerciais de automóveis são sempre desertas! Meu Deus, que ilusão! Conseguem grudar no carro sentimentos como liberdade, status, poder, agilidade. Quando na verdade, em nosso dia-a-dia, o que vemos são nossas cidades, sejam elas medianas ou metrópoles, saturadas de veículos, com trânsito denso e lentidão. Você sabia que a velocidade média de deslocamento nas cidades tem caído com o passar do tempo? Talvez na mesma proporção que a potência dos carros tem aumentado. Em algumas cidades, a velocidade com que se trafega já é menor do que de carroças! Eu sempre quis perguntar uma coisa para os fabricantes de automóveis. Se são feitos para se andar sozinho, esnobando e viajando na maionese, como fazem os atores dos comerciais, pra quê equipá-los com bancos suficientes para transportar cinco, seis pessoas? Provavelmente eles não iriam confessar que é simplesmente para justificar o alto preço. Afinal, veículos individuais, que poluíssem menos, que ocupassem menos espaço nas ruas, provavelmente teriam que custar menos.

Poderia passar a noite citando exemplos de mensagens publicitárias que, se analisadas com um pouquinho mais de atenção, se revelariam desafiantes da lógica. Mas o texto está ficando muito longo e ninguém merece uma dissertação a ser lida nessa tela ofuscante, né? Qualquer dia a gente volta nesse assunto.
Mas não se deixe enganar. Conteste, tente enxergar adiante. Você pode gostar dos comerciais, dos produtos, mas tenha uma relação consciente com eles. Saiba o que os fabricantes, produtores, publicitários, enfim, aqueles que produzem as mensagens, querem conseguir com elas.
Boas compras!


"Com este porta-malas você pode tirar um cochilo durante o engarrafamento!"

domingo, 22 de março de 2009

No que vc acredita hoje?

Eu acredito que, um dia, todo o descarte será separado ainda na nossa residência entre orgânico e inorgânico. E que grandes cooperativas serão utilizadas para triar o material reciclável, gerando emprego e renda com o ouro que, hoje, descartamos como lixo.


Acredito que, um dia, o chic será usar transporte coletivo, que será eficiente e confortável, com um preço justo. E que a idéia tosca de uma única pessoa ocupar algo em torno de 3m2, num automóvel com espaço para carregar pelo menos 5, engarrafando e poluindo por aí, seja, no mínimo, retrógrada.


Que, no Brasil, o trem seja (ou volte a ser) a principal forma de viajar entre duas cidades.


Que a água coletada, tratada, clorada, fluoretada, encanada e distribuída em nossas cidades não seja mais usada para regar plantas, lavar calçadas (afinal, para que lavar as calçadas???), lavar o carro e, pasmem, dar a descarga! (Como passam bem nossas fezes, nadando na água que falta para, pelo menos, 1 bilhão de pessoas no planeta).


Que o governo incentive, seja com investimentos em pesquisa, seja com isenção de impostos, as indústrias automotoras (ou deveríamos dizer apenas "montadoras"?) a criarem em escala comercial, veículos movidos a fontes limpas de energia.


Acredito que, um dia, nenhum cidadão jogará lixo nas ruas, nos córregos, no mar...


Que todo projeto arquitetônico prezará pela ocupação consciente das cidades, com áreas de solo permeáveis à água da chuva, com estudo de impacto do aumento de circulação de pessoas, do consumo de água e geração de esgoto...


Acredito, firmemente, que teremos mais do que os atuais 30% de esgoto recolhidos e tratados no Brasil.


Creio, enfim, que todo o nosso modo de vida, consumo, estudo e trabalho, seja de forma a não tornar danosa nossa curta estadia pela Terra.

Eu acredito em muito mais coisas, mas nesse domingo chuvoso, porém agradável, resolvi compartilhar mais das idéias ecologicamente corretas, ambientalmente responsáveis...







(foto) lago dos espelhos
Parque Estadual do Ibitipoca
MG

sexta-feira, 20 de março de 2009

1 ano e quatro meses depois...

Este blog surgiu como uma obrigação. Uma tarefa a ser executada na discipina de ciberjornalismo na faculdade. Mas eu sempre quis ter um blog.... sempre soube da sua utilidade, do seu poder... enfim. Vamos ver se esta postagem seja a primeira de muitas outras. O que não dava mais era deixar como última postagem, uma feita em novembro de 2007. Afinal, internet é, acima de tudo, atualidade!